O mês de agosto de 2024 registrou um marco significativo na área da Insolvência: o maior número de pedidos de recuperação judicial em quase oito anos.
De acordo com a Serasa Experian, foram contabilizados 238 pedidos, representando um aumento de 76,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse número só não supera o recorde de 244 pedidos registrados em setembro de 2016, na série histórica iniciada em 2005.
O crescimento expressivo é atribuído, principalmente, ao impacto das condições econômicas adversas sobre pequenas e médias empresas, que correspondem à maioria dos pedidos em agosto. Foram 183 novos ajuizamentos de pedidos de recuperação judicial dessas empresas, seguidos por 166 em julho, o que demonstra uma tendência crescente de dificuldades financeiras neste segmento.
As altas taxas de juros e a inadimplência crescente dos consumidores seriam alguns dos principais fatores que têm afetado diretamente o fluxo de caixa das empresas, especialmente as de menor porte. Além disso, muitas delas enfrentam sérias dificuldades para ter acesso à crédito, crucial para enfrentar momentos de instabilidade. Esses fatores criam uma tempestade perfeita para o aumento de pedidos de recuperação judicial, para que as empresas possam buscar a reestruturação e evitar a falência.
Os dados mostram, ainda, que além do aumento dos pedidos de recuperação judicial, o número de falências também apresentou um crescimento significativo. Em agosto de 2024, 100 empresas fecharam as portas, o maior volume desde agosto de 2019, quando 162 organizações declararam falência. Novamente, as pequenas e médias empresas são as mais impactadas, com 66 falências no primeiro grupo e 20 no segundo.
Esse aumento expressivo de pedidos, especialmente entre pequenas e médias empresas, reforça a necessidade de uma reflexão sobre as políticas de apoio ao setor e sobre as estratégias de gestão empresarial em tempos de crise prolongada.